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Foto: Polícia Civil (divulgação)
Materiais aprendidos na Operação Acerto de Contas, em Gravataí
A investigação que apura desvios milionários do fundo de previdência de Cacequi teve mais um desdobramento na manhã desta terça-feira. A Polícia Civil deflagrou a operação Acerto de Contas, que cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Gravataí, na Região Metropolitana, onde atualmente reside a principal suspeita de desviar cerca de R$ 4 milhões em recursos públicos. Foram apreendidos documentos, dinheiro, joias e relógios na casa da suspeita e de familiares investigados por terem recebido valores com origem ilícita.
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O Poder Judiciário também já deferiu outras 29 ordens judiciais de quebras de sigilo bancário, fiscal, financeiro e bursátil (relativo a operações na Bolsa de Valores). A investigação busca identificar todos os beneficiados pelos valores desviados.
A principal investigada ocupava um cargo de confiança dentro da prefeitura de Cacequi e era responsável pelo cálculo das folhas de pagamento de servidores ativos e inativos do município. Os desvios foram descobertos no fim de janeiro deste ano em apurações internas da prefeitura, que instaurou um processo administrativo disciplinar (PAD). Entretanto, a suspeita é de que os desvios aconteciam desde 2015. A servidora foi exonerada. Conforme a investigação da prefeitura, ela adulterava os contracheques de forma a repassar valores adicionais diretamente para a própria conta bancária, sem levantar suspeitas da área contábil da prefeitura. Os desvios chegavam a R$ 100 mil mensais. Conforme o delegado responsável pela investigação, Giovanni Lovato, a prática pode ser caracterizada como crime de peculato.
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A operação contou com policiais da Delegacia de Polícia de Cacequi e da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí e foi coordenada pelo delegado Giovanni Lovato. A ação ocorreu em Gravataí, onde a suspeita reside atualmente.
- Ela repassou valores para familiares que residem em Gravataí, onde ela própria veio assim que foi exonerada. Ela rompeu os laços familiares com o marido, que reside em Cacequi, e veio morar com a mãe e as irmãs. São casas que passaram por reformas recentes, com bens de um valor considerável para a condição que eles apresentam oficialmente. São pessoas que não tem uma renda elevada, mas têm condição de vida em um padrão acima do que se esperaria. Todos esses elementos que reunimos hoje pela manhã vão ajudar a comprovar a prática do crime - relata Lovato.
A investigada segue em liberdade.
- É um delito que não envolve violência ou grave ameaça contra alguém, e também não temos a comprovação de uma associação ou organização criminosa, é inviável que seja deferida uma prisão preventiva - explica o delegado, que também disse que a suspeita mostrou disposição em colaborar com as investigações.
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Ainda não há prazo para conclusão do inquérito, já que a investigação depende de uma análise extensa de documentos. A polícia ainda aguarda o recebimento dos documentos oriundos das quebras de sigilos bancários. Nas próximas semanas, devem ser ouvidos familiares da investigada e a própria suspeita. A investigação busca agora seguir o caminho do dinheiro desviado para apontar os beneficiados pelo esquema.
A reportagem tentou contato telefônico com a suspeita, mas o celular consta como desligado. As mensagens de WhatsApp não foram respondidas. O Diário pediu uma manifestação da prefeitura de Cacequi, que não foi enviada até a publicação da reportagem.